https://www.open.online/2024/06/03/evoluzione-mix-elettrico-ue-2019-2023
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As políticas energéticas representam, sem dúvida, uma das áreas de acção em que a União Europeia mais investiu nos últimos tempos.A direção traçada é clara:menos combustíveis fósseis, mais fontes renováveis.Um caminho incentivado por inúmeras medidas e que culminou com o objetivo de Acordo Verde alcançar emissões líquidas zero até 2050.Os efeitos das políticas adotadas nos cinco anos de liderança da Comissão Úrsula von der Leyen sentir-se-ão sobretudo num horizonte de médio prazo.Olhando de perto, no entanto, a mudança parece bem encaminhada.Isto foi revelado por um documento do think tank internacional Ember, que analisou as transformações do sector eléctrico da UE durante a última legislatura, ou seja, de 2019 até hoje.
Nuclear ainda em primeiro lugar, energia eólica ultrapassa gás
Olhando para o cabaz eléctrico da UE, ou seja, o conjunto de fontes primárias utilizadas para a produção de electricidade, podem observar-se imediatamente grandes mudanças entre 2019 e 2023.No ano passado, a energia nuclear confirmou-se mais uma vez como a principal fonte da UE, com mais de um quarto (26,6%) da electricidade produzida na União Europeia.Em 2019, o gás ficou em segundo lugar, que nos últimos cinco anos viu a sua participação no mix energético cair de 19,8% para 16,6%.A substituir o gás como segunda fonte da UE está a energia eólica, que em 2023 produziu 17,5% da energia da União Europeia.Seguem-se o carvão, que passa de 15,7% em 2019 para 12,5% em 2023, e a hidroelétrica, que passa de 11,1% em 2019 para 11,7% em 2023.A Solar está satisfeita com o sexto lugar, mas é a fonte de energia que regista, de longe, a maior taxa de crescimento.Em 2019, os painéis solares geraram apenas 4,3% da energia produzida na UE.Em 2023, o percentual subiu para 9,2%.
O crescimento das energias renováveis
A aceleração mais marcante entre as registadas nos últimos cinco anos é, sem dúvida, a relativa às centrais eólicas e solares, que de 2019 a 2023 viram a sua produção combinada de eletricidade aumentar 46%.Este crescimento, explica a análise de Ember, permitiu reduzir em um quinto a produção fóssil.A energia fotovoltaica, em particular, registou um boom, duplicando a sua capacidade instalada em cinco anos.Se todas as fontes limpas forem tidas em consideração – ou seja, eólica, solar, hidroelétrica e nuclear – chegaremos a 61,4% da energia produzida na UE em 2023.Há cinco anos, em 2019, esse percentual parava em 54,8%.O gás e o carvão, os dois combustíveis fósseis mais utilizados na UE para a produção de energia, viram o seu peso diminuir de 35,5% em 2019 para 29,1% no ano passado, apesar de um aumento temporário durante os anos da Covid.Esta transição dos combustíveis fósseis para fontes renováveis permitiu à UE reduzir as emissões do sector energético em 15% no espaço de cinco anos.Uma taxa bem acima da média global de 4%.
Comparação entre países da UE
Em termos absolutos, a Itália é o quarto país da UE onde as energias renováveis mais cresceram.Se forem levados em consideração os gigawatts de capacidade instalada de energia eólica e solar, a Alemanha domina o ranking.Em 2023, o país liderado por Olaf Scholz contou com capacidade de 151,2 GW, um aumento de 38% em relação a 2019.Seguida, ainda que à distância, por Espanha (62 GW) e França (42,7 GW).A Itália, que há cinco anos era o terceiro país da UE no ranking das energias renováveis, tem de se contentar com o quarto lugar, com 42,1 gigawatts de energia solar e eólica.
Na capa:A central nuclear de Dukovany, na República Checa (Dreamstime)