Olimpíadas de Paris 2024, a polêmica sobre as duas boxeadoras admitidas nas lutas femininas

Lifegate

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As boxeadoras Lin Yu‑ting e Imane Khelif (esta última desafiou Angela Carini) já haviam sido excluídas e desta vez admitidas nas partidas femininas.
  • O COI deu luz verde à presença de duas atletas que não passaram nos testes de gênero no boxe feminino
  • Os mesmos dois atletas foram excluídos do Campeonato Mundial de Boxe de 2023
  • Uma das duas atletas, a argelina Imane Khelif, desafiou a italiana Angela Carini

Última atualização em 1º de agosto às 13h22

A luta entre o boxeador argelino durou apenas alguns segundos Imane Khelif e italiano Angela Carini.Houve muita discussão sobre esta partida, talvez até demais.Após o gongo inicial, Khelif atingiu Carini que imediatamente parou e recuou após receber outro golpe poderoso no nariz:“Levei um golpe muito forte e disse basta”, comentou o boxeador italiano ao final da luta.


A polêmica sobre Imane Khelif (por que ela enfrenta um italiano)

O Comitê Olímpico Internacional, o COI, admitiu dois boxeadores – Imane Khelif da Argélia e Lin Yu‑ting de Taiwanpara lutas de boxe feminino nas Olimpíadas de Paris.Esta foi uma decisão de particular importância desde o início, uma vez que em 2023 foram impedidos de participar no Campeonato do Mundo por não terem passado nos testes de género.Em outras palavras, elas não foram julgadas como mulheres em todos os aspectos.Por isso, a escolha do COI suscitou dúvidas e polêmicas por parte daqueles que se perguntavam por que duas decisões diametralmente opostas.

Porém, uma explicação está nos regulamentos da Iba, Federação Internacional de Boxe, que são diferentes dos parâmetros utilizados pelo COI:por isso os dois atletas receberam sinal verde para as Olimpíadas.Amplificando o eco na Itália está o fato de Khelif ter desafiado o italiano Angela Carini, tanto que tanto o Coni, com comunicado oficial, quanto o governo, por meio do Ministra do Esporte, Andrea Abodi, interveio sobre o assunto.

A explicação do CIO sobre a decisão

O COI, através do seu porta-voz Marcos Adams, afirmou que as duas atletas, tal como todas as outras que competem nas categorias femininas, respeitam todos os parâmetros regulamentares, acrescentando que de acordo com "os seus passaportes, estão mulheres em todos os aspectos”.Adams acrescentou que a questão da presença dessas atletas nas categorias femininas é muito complexo e exposto a diferentes interpretações, e sublinhou que, na sua opinião, é correcto que as federações internacionais individuais façam o regulamentos.

Un cartellone che pubblicizza le Olimpiadi di Parigi di fronte alla Tour Eiffel
Um outdoor anunciando as Olimpíadas de Paris em frente à Torre Eiffel © Chesnot/Getty Images

No caso específico do boxe, porém, é preciso dizer que a federação mundial, a IBA, não é atualmente reconhecido pelo COI devido a diversas alegações de corrupção e de supostas atitudes pró-Putianas faz parte do seu presidente, Umar Kremlev, que em vez disso no campeonato mundial de 2023 havia excluído os dois atletas porque alguns testes mostraram a presença de Cromossomos XY, que determinam o sexo masculino.Para a disciplina, o COI criou uma federação específica, a Unidade de Boxe Paris 2024, que possui regulamentação menos rígida sobre o tema e, portanto, permite que seus atletas possam competir regularmente nas categorias 66 e 57 quilogramas.

A reação do ministro italiano Andrea Abodi 

Em seu nota oficial, o CONI - embora não cite o caso especificamente - explica que "entrou em contato com o Comitê Olímpico Internacional para garantir que os direitos de todos os atletas masculinos e femininos cumpram o Carta Olímpica e regulamentos de saúde".No entanto, a postura do governo é mais dura governo Italiano:o ministro Abodi ele explicou que acha “dificilmente compreensível que não haja alinhamento nos parâmetros de valores hormonais mínimos a nível internacional, que inclui, portanto, a Europa, a Copa do Mundo e as Olimpíadas.No evento que representa os maiores valores do esporte, a segurança deve ser garantida segurança de atletas masculinos e femininos e o respeito peloscompetição justa do ponto de vista competitivo.Amanhã não será assim para Angela Carini."

Entre os atletas, porém, destaca-se o comentário do boxeador australiano Caitlin Parker, que classificou a decisão de permitir que Khelif e Lin participassem da competição “muito perigosa”.“Tenho que me adaptar ao que o COI decidiu, então amanhã irei ao ringue e darei tudo de mim”, foi o comentário do boxeador italiano bonitinho.Para aqueles que tomaram a decisão em Paris, contudo, o ponto de referência foi o facto de tanto Khelif como Lin serem consideradas mulheres em todos os aspectos.

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