https://www.dire.it/07-11-2023/976194-lince-parco-gran-paradiso-alpi/
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AOSTA – Nas últimas semanas, os guardas florestais do Parque Nacional Gran Paradiso confirmaram o avistamento de um lince dentro da área protegida, com a ajuda de uma armadilha fotográfica que imortalizou o animal, tornando o relatório certo.“Trata-se, com toda a probabilidade, de um indivíduo em dispersão, à procura de novos territórios e, de momento, a Autoridade do Parque decidiu não divulgar a localização exacta do avistamento para continuar a verificar a sua real presença”, lê-se em uma nota.O Parque explica que desde a década de 1980, “avistamentos duvidosos foram registrados e, ao longo do tempo, foram recebidos relatos de possíveis observações ou sinais de presença", mas "é a primeira vez que isso foi documentado com certeza".
NOS ALPES O LINCE EXTINTO NO INÍCIO DO SÉCULO XX
Os últimos dados sobre a presença certa do lince no território do Parque datam de 1916., quando a área protegida ainda não havia sido estabelecida.Na época da reserva real de caça, eram frequentes as matanças cometidas pelos guardas que eram incentivados a tomar o que era considerado inimigo do íbex. Nos Alpes, o lince foi extinto no início do século XX, devido à perseguição humana, e só recentemente reapareceu em Itália, com exemplares provavelmente provenientes da Suíça e da Eslovénia.Observações de lince também foram feitas recentemente no Vale de Aosta, confirmado pelo Corpo Florestal Regional e estes repetidos relatos sugerem a possibilidade de regresso do animal.
“É UMA ESPÉCIE ESQUECIDA, SERIA UM RETORNO PRECIOSO”
“Há muito tempo que perseguimos este fantasma de bosques e pedras, sem nunca termos a certeza da sua passagem - diz Bruno Bassano, diretor do Parque -.É sobre uma espécie icônica muitas vezes esquecida mas que, com base em dados históricos, foi o único grande carnívoro presente no maciço do Gran Paradiso, conforme descrito pelos zoólogos da Park Royal Commission.Este relatório abre a possibilidade de que, ao longo do tempo, pelo menos um casal reprodutor desta espécie possa se estabelecer no Parque. Seria um retorno valioso que preencheria um vazio que já dura mais de um século."