https://www.open.online/2024/02/07/greenpeace-piemonte-torino-allarme-acque-contaminate-pfas
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Mais de 125 mil cidadãos que vivem na província de Alexandria e na cidade metropolitana de Turim podem ter bebido água potável contaminada.O alarme é dado por um relação publicado nos últimos dias pelo Greenpeace Itália, com base em dados oficiais de órgãos públicos piemonteses que a associação ambientalista obteve através de um pedido de acesso a documentos.A análise da Greenpeace mostra que em várias zonas do Piemonte, incluindo a cidade de Turim, os cidadãos podem ter bebido água contaminada com PFOA, uma molécula classificada como cancerígena para os seres humanos e que faz parte do PFAS.Estes últimos foram renomeados «produtos químicos para sempre», porque tendem a acumular-se nos seres humanos e no ambiente, resistindo aos processos normais de degradação.
O que são Pfas
«Durante anos acreditou-se que a contaminação por PFAS na Itália afetava apenas a área de Veneto ou Alessandria, no Piemonte, áreas que acolheram ou ainda acolhem plantas industriais dedicadas à produção destas moléculas perigosas.Infelizmente, porém, a poluição por PFAS é muito mais extensa", explica Giuseppe Ungherese, chefe da campanha Poluição do Greenpeace.Na verdade, Piemonte abriga a única produção ativa de PFAS na Itália.Este é o centro químico da Solvay Specialty Polymers em Spinetta Marengo, em Alessandria.De acordo com oAgência Europeia do Ambiente, esses produtos químicos “podem ter efeitos adversos à saúde, como danos ao fígado, doenças da tireoide, obesidade, problemas de fertilidade e câncer”.Uma directiva europeia introduzirá um limite máximo de concentração para PFAS a partir de 2026, com muitos países já a cumpri-lo antecipadamente.Na Itália, porém, ainda não existe uma lei que proíba o uso ou a produção destas substâncias químicas.
Os dados do relatório
Relativamente aos dados obtidos nas zonas de Alexandria e Torino, o Greenpeace fala de poluição “ainda não reconhecida” nem “sob controlo”.Isto é demonstrado não só pelos dados obtidos junto dos organismos públicos de Turim, mas também por outros inquéritos realizados de forma independente pela associação ambientalista, que registaram a presença de PFAS noutras áreas não monitorizadas.O problema, então, poderia ser ainda maior do que o esperado, considerando que apenas alguns Municípios responderam aos pedidos de acesso aos documentos do Greenpeace.