https://www.dire.it/30-10-2023/972492-animali-montagna-incidenti-stradali-habitat/
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ROMA - "Os animais da montanha estão agora perdidos e sem abrigo porque o asfalto e o concreto os expulsaram das tocas e dos bosques.Nos últimos trinta anos, Municípios e Regiões abandonaram a gestão dos territórios de montanha, confiando-a, de facto, à intervenção antrópica que, como sabemos, suscita sempre interesses privados e não sistémicos”.Estas são as duras palavras de Mario Serpillo, presidente nacional da União dos Agricultores Italianos, ao comentar os dados de acidentes rodoviários nas montanhas, especificamente nas regiões do Nordeste nacional.
“ALIMENTO, TERRITÓRIO E ABRIGO FORAM TIRADOS DE ANIMAIS SELVAGENS”
“Quem pode dizer que 100 ursos são demais para o Trentino?Demais é um julgamento humano baseado na percepção de danos imaginados em projeções futuras.Na realidade, a máquina perfeita da Natureza regula por si só a relação de sobrevivência da espécie, que se reproduz com base nos recursos naturais à sua disposição (alimentos, água, abrigo, espaços...), num equilíbrio sustentável.Poderíamos dizer que o homem tem caçado sistematicamente especialmente ungulados, colocando em prática uma espécie de grilagem de terras contra animais silvestres, tirando seu acampamento, território, abrigo, comida.Em uma palavra, o habitat natural.Também temos consciência dos danos que algumas espécies causam às culturas, mas este é outro tema que já abordamos diversas vezes nos fóruns apropriados, propondo soluções e projetos que respeitam a biodiversidade”, insistiu Serpillo.
AS 'MORTES BRANCAS' DE ANIMAIS SELVAGENS
“É verdade que temos assistido a elevadas taxas de reprodução da vida selvagem – sublinha ainda a nota – mas o número de acidentes também sofreu um aumento acentuado nos últimos anos!O fenómeno também distorce as estatísticas dos institutos zooprofiláticos regionais (existem realmente 7 plantígrados encontrados mortos na Província Autónoma de Trento em 2023?), uma vez que um urso ou um veado morto num acidente de viação muitas vezes ignora o procedimento institucional e, por certas razões , escapa aos números oficiais, configurando o desagradável fenômeno de 'mortes brancas' de animais selvagens, mortes que são mantidas em segredo das comunidades locais e das estatísticas veterinárias.Não queremos esquecer o fim trágico deUrso Daniza, que morreu em 2014 porque não sobreviveu a um sedativo que lhe foi administrado durante a sua captura."Mais uma vítima do próprio homem:um esplêndido exemplar que já não existe porque se perdeu dramaticamente o vínculo saudável entre o homem e o território e, com ele, também os ideais e visões de coexistência integrada.
PRECISAMOS DE “GESTÃO VERDADEIRA” DO TERRITÓRIO
“Os culpados certamente não podem ser os animais, que sempre viveram e se reproduziram nas matas. Invadimos o espaço deles, fomos longe demais, tornando habitáveis áreas que não o eram e interrompendo assim o equilíbrio da cadeia alimentar montanhosa.O homem é responsável por tudo, pelo desaparecimento de pastagens e alimentos para a fauna local, que é obrigada a se aproximar das aldeias em busca de sustento.É hora de passar para a gestão real da terra, integrado nas atividades humanas mas ainda atento à biodiversidade e à inclusão dos vários mundos naturais numa nova ordem, que quase poderíamos definir como uma cogestão entre o homem e a fauna.Abandonamos o território durante demasiado tempo, deixando a sua gestão entregue ao falso mito do desenvolvimento.Agora é a hora de recuperar”, concluiu o Presidente Serpillo.