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A penúltima sessão do TEDSummit 2019 teve um pouco de tudo – novas reflexões sobre envelhecimento, solidão e felicidade, bem como avanços científicos, música e até um pouco de comédia.
O evento: TED Summit 2019, Sessão 5:Estágios da Vida, apresentado por Kelly Stoetzel e Alex Moura
Quando e onde: Quarta-feira, 24 de julho de 2019, 17h BST, no Centro de Convenções de Edimburgo, em Edimburgo, Escócia
Palestrantes: Nicola Sturgeon, Sonia Livingstone, Howard Taylor, Sara-Jane Dunn, Fay Bound Alberti, Carl Honoré
Abertura: Contador de histórias Mackenzie Dalrymple contando a história do Goodman de Ballengeich
Música: Yilian Cañizares e sua banda agitando o palco do TED com uma apresentação jubilosa que mistura jazz clássico e ritmos cubanos
Comédia: Em meio a um programa estonteante de grandes (e muitas vezes pesadas) ideias, uma pausa bem-vinda do comediante Omid Djalili, que ilumina a sessão com um pouco de autodepreciação e algumas observações culturais farpadas
As palestras em resumo:
Nicola Esturjão, Primeiro Ministro da Escócia
Grande ideia:É hora de desafiar a importância monolítica do PIB como métrica de qualidade de vida – e traçar um quadro mais amplo que também inclua o bem-estar.
Como? Em 2018, a Escócia, a Islândia e a Nova Zelândia criaram o grupo de Governos da Economia do Bem-Estar para desafiar a supremacia do PIB.Os líderes destes países - que, aliás, são todos mulheres - acreditam que políticas que promovam a felicidade (incluindo igualdade salarial, cuidados infantis e direitos de paternidade) poderiam ajudar a diminuir a alienação nos seus cidadãos e, por sua vez, construir a determinação para enfrentar desafios globais como a desigualdade e a desigualdade. alterações climáticas.
Citação da palestra:“O crescimento do PIB não deve ser perseguido a todo e qualquer custo… O objectivo da política económica deve ser o bem-estar colectivo:quão feliz e saudável é uma população, e não apenas quão rica é uma população.”
Sónia Livingstone, psicólogo social
Grande ideia:Os pais muitas vezes veem a tecnologia como um farol de esperança ou um veneno para o desenvolvimento, mas a maior influência nas escolhas de vida dos seus filhos é a forma como os ajudam a navegar neste cenário digital inevitável.A sociedade como um todo pode impactar positivamente esses esforços.
Como? A infância de Sonia Livingstone foi relativamente analógica, mas a sua investigação centrou-se na forma como as famílias adotam as novas tecnologias atualmente.As mudanças foram abundantes nas últimas décadas — quer se trate da intensificação das pressões educativas, da migração ou do aumento da desigualdade — mas é a revolução digital que continua a ser o foco da nossa apreensão colectiva.A investigação de Livingstone sugere que policiar o tempo de ecrã não é a resposta para criar uma criança equilibrada, especialmente numa altura em que os pais estão a tentar viver de forma mais democrática com os seus filhos, partilhando a tomada de decisões em torno de actividades como jogos e exploração da Internet.Tanto os líderes como as instituições podem apoiar um futuro digital positivo para as crianças, estabelecendo parcerias com os pais para orientar as atividades dentro e fora de casa.Em vez de criticar as famílias pelas suas atividades digitais, Livingstone pensa que deveríamos identificar quais os desafios do mundo real que enfrentam, que opções estão disponíveis para eles e como podemos apoiá-los melhor.
Citação da palestra:“Os conselhos sobre tempo de tela estão causando conflitos na família e não há evidências sólidas de que mais tempo de tela aumente os problemas infantis – especialmente em comparação com fatores socioeconômicos ou psicológicos.Restringir as crianças gera resistência, enquanto orientá-las gera julgamento.”
Howard Taylor, defensor da segurança infantil
Grande ideia:A violência contra crianças é uma questão endémica em todo o mundo, com taxas de incidência notificadas a aumentar em alguns países.Encontramo-nos num momento histórico que nos apresenta uma oportunidade única para acabar com a epidemia e alguns países já estão na vanguarda.
Como? Howard Taylor chama a atenção para a Suécia e o Uganda, dois países muito diferentes que partilham um compromisso explícito de acabar com a violência contra as crianças.Através da adesão política de alto nível, de estratégias baseadas em dados e de iniciativas legislativas tácticas, os dois países já fizeram progressos.Estas soluções e outras fazem parte do INSPIRE, um conjunto de estratégias criadas por uma aliança de organizações globais como um roteiro para eliminar o problema.Se trabalharmos, diz Taylor, um novo normal surgirá:gerações cujos caminhos na vida serão moldados pelo que fazem – e não pelo que lhes foi feito.
Citação da palestra:“O que realmente significaria se realmente acabássemos com a violência contra as crianças?Multiplique os benefícios sociais, culturais e económicos desta mudança por cada família, cada comunidade, aldeia, vila, cidade e país, e de repente temos uma nova normalidade a emergir.Uma geração cresceria sem sofrer violência.”
Sara Jane Dunn, biólogo computacional
Grande ideia:No século XX, os cientistas da computação inscreveram instruções legíveis por máquinas em minúsculos chips de silício, revolucionando completamente as nossas vidas e locais de trabalho.Hoje, uma revolução de “software vivo” centrada em organismos construídos a partir de células programáveis está preparada para transformar a medicina, a agricultura e a energia de formas que dificilmente podemos prever.
Como? Ao estudar como as células estaminais embrionárias “decidem” tornar-se neurónios, células pulmonares, células ósseas ou qualquer outra coisa no corpo, Sara-Jane Dunn procura descobrir o código biológico que dita o comportamento celular.Usando modelos matemáticos, Dunn e sua equipe analisam a função esperada de um sistema celular para determinar o “programa genético” que leva a esse resultado.Embora ainda estejam muito longe de compilar software vivo, eles deram um passo inicial crucial.
Citação da palestra: “Estamos no início de uma revolução tecnológica.Compreender este tipo antigo de computação biológica é o primeiro passo crítico.E se conseguirmos perceber isso, entraremos na era de um sistema operacional que executa software vivo.”
Fay Vinculado Alberti, historiador cultural
Grande ideia:Precisamos reconhecer a complexidade da solidão e sua história em constante transformação.Não é apenas um problema individual e psicológico – é um problema social e físico.
Por que? A solidão é uma epidemia moderna, com uma história que muitas vezes é reconhecida apenas como um produto da mente.Fay Bound Alberti acredita que a interpretação é limitante.“Nós negligenciamos os efeitos físicos [da solidão] – e a solidão é física”, diz ela.Ela aponta como o toque, o cheiro, o som, a interação humana e até as memórias nostálgicas de experiências sensoriais são cruciais para lidar com a solidão, fazendo as pessoas se sentirem importantes, vistas e ajudando a produzir endorfinas.Ao reformular a nossa perspectiva sobre este sentimento de isolamento, podemos compreender melhor como curá-lo.
Citação de conversa:“Estou sugerindo que precisamos nos voltar para o corpo físico, precisamos compreender as experiências físicas e emocionais da solidão para podermos enfrentar uma epidemia moderna.Afinal, é através dos nossos corpos, dos nossos corpos sensoriais, que nos relacionamos com o mundo.”
Curiosidade:“Antes de 1800 não havia palavra para solidão na língua inglesa.Havia algo chamado:'unidade' e havia 'lugares solitários', mas ambos significavam simplesmente o estado de estar sozinho.Não houve falta emocional correspondente e nenhum estado moderno de solidão.”
Carlos Honoré, escritor, pensador e ativista
Grande ideia:Pare de pensar preguiçosamente em torno da idade e do “culto à juventude” – nem tudo é pior a partir dos 40.
Como? Precisamos de desmascarar os mitos e estereótipos em torno da idade – crenças como “as pessoas mais velhas não conseguem aprender coisas novas” e “a criatividade pertence aos jovens”. Existem muitos pioneiros e agentes de mudança que se destacaram mais tarde na vida, desde artistas e músicos a físicos e líderes empresariais.Estudos mostram que as pessoas que temem e se sentem mal com o envelhecimento têm maior probabilidade de sofrer efeitos físicos, como se a idade fosse uma aflição real e não apenas um número.O primeiro passo para superar isso é criar narrativas sociais novas e mais positivas.Honoré oferece um conjunto de soluções simples — sendo as duas mais importantes:verifique seu idioma e saiba sua idade.Abrace o envelhecimento como uma aventura, um processo de abrir e não fechar portas.Precisamos nos sentir melhor em relação ao envelhecimento para envelhecermos melhor.
Citação da palestra:“Qualquer idade que você tenha:assuma-o - e então vá lá e mostre ao mundo o que você pode fazer!