https://www.dire.it/01-09-2023/948654-orsa-amarena-abruzzo-uccisa-a-fucilate/
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ROMA - O urso Amarena foi morto a tiros.O vídeo que fez furor na web do lindo passeio pelas aldeias de Abruzzo foi feito há poucos dias do urso símbolo do Parque Nacional de Abruzzo, Lácio e Molise:um animal que nunca causou problemas aos humanos. O autor do disparo foi identificado pelos guardas do parque e entregue à polícia.
O RELATÓRIO DO PARQUE NACIONAL
“Aproximadamente às 23h desta noite o Orsa Amarena foi atingido por uma espingarda disparada pelo Sr. LA nos arredores de São Bento dos Marsos, fora do Parque e da Área Contígua - relata o post social publicado durante a noite -. Os Guardas do Parque intervieram prontamente no local, em serviço de vigilância, dada a zona onde Amarena tinha desembarcado com os seus cachorrinhos. O veterinário do Parque interveio no local junto com a equipe de emergência, mas só conseguiu apurar a morte do urso dada a gravidade da lesão.O homem foi identificado pelos guardas-florestais e posteriormente submetido a investigações pelos Carabinieri da estação local, que intervieram a pedido dos guardas-parques. As investigações para apurar a dinâmica dos acontecimentos estão em andamento e continuarão durante toda a noite, no momento em que a equipe do Parque se ocupa em identificar os dois filhotes do urso para avaliar o que fazer. O episódio é um fato gravíssimo, que causa enormes prejuízos à população que soma cerca de sessenta exemplares, afetando uma das fêmeas mais prolíficas da história do Parque. Obviamente não há motivos que justifiquem o episódio dado que Amarena, apesar de causar prejuízos às actividades agrícolas e pecuárias, sempre e em qualquer caso compensado pelo Parque mesmo fora dos limites da Área Contígua, nunca criou nenhum tipo de problema para os humanos“.
MARSÍLIO:PRONTO PARA ESTABELECER REGIÃO DE PARTIDA CIVIL
“A notícia da morte a tiros do urso Amarena representa um ato muito sério para toda a Região que deixa dor e raiva por um gesto incompreensível.Todos esses anos as comunidades dentro e fora dos parques sempre mostraram que sabem conviver com os ursos sem nunca interferir nos seus hábitos– falou o presidente da Região de Abruzzo, Marco Marsilio.Nunca em Abruzzo um urso representou qualquer perigo para os humanos, nem mesmo quando frequentava centros habitados. O ato violento cometido contra o plantígrado não tem justificativa. Confiamos nas investigações iniciadas pela polícia e pela direção do parque, que já identificaram o responsável, para que a justiça siga o seu curso. Estou pronto a constituir a Região como parte civil contra este crime para proteger a imagem e a honra do nosso povo.Convido as comunidades locais e todos os turistas a continuarem a observar todas as regras prescritas para que os animais presentes na área possam viver sem serem perturbados no seu habitat”.
(Créditos das fotos wwf)
AGORA FILHOTES DE AMARENA EM RISCO, WWF SERÁ UMA FESTA CIVIL
“Notícias terríveis e um evento que corre o risco de frustrar os esforços para a conservação do urso pardo marsicano, o plantígrado mais raro da Europa“.A notícia do assassinato de Amarena, um urso que se tornou involuntariamente a primeira estrela das redes sociais “e hoje um símbolo da violência sem sentido com que algumas pessoas se relacionam com a natureza, representa um duro golpe nas esperanças de sobrevivência do urso nos Apeninos”.O mesmo acontece com o WWF.
“Neste verão Amarena foi flagrada e filmada com dois cachorrinhos do ano, até o momento ainda não autossuficientes e cujo destino está, portanto, em grande risco (as crias de urso geralmente ficam com a mãe cerca de um ano e meio)”, continua a WWF, “por esta razão o Parque já começou a procurá-las mas não será fácil obter resultados”.Hoje, portanto, "uma das fêmeas de urso mais prolíficas da história recente da população residual de ursos marsicanos foi morta por um tiro de rifle e por ignorância".Urso confiante mas completamente pacífico, “Amarena entrou no imaginário coletivo e tornou-se o orgulho de uma terra que tem o urso como símbolo da sua natureza e da riqueza do seu território”, acrescenta a WWF.
É agora necessário que “as investigações judiciais e policiais apurem rapidamente como se desenrolaram os factos”, questiona a WWF, “em nosso país, infelizmente, as leis não são adequadas para punir adequadamente os responsáveis por tais gestos hediondos, e mesmo aqueles que existem quase nunca são aplicados com rigor.É hora de adaptar a eficácia do sistema sancionatório e de investir na vigilância local para uma função preventiva e repressiva”.
A associação Panda está “trabalhando arduamente para a conservação desta população única no mundo, através da campanha Bear 2x50, do seu Oásis das Gargantas de Sagitário em Anversa degli Abruzzi e do Projeto Life Arcprom, pretende formar um partido civil”.Este dramático acto de caça furtiva “é também uma consequência da uma ação sistemática de desinformação que diz respeito à coexistência entre o homem e os grandes carnívoros e, mais genericamente, entre o homem e a natureza" declara Luciano Di Tizio, presidente da WWF Itália, que acrescenta:“Estamos perante uma operação que entra cada vez mais na arena da propaganda política, com todas as distorções daí resultantes.Para além das do autor deste acto, é portanto necessário identificar também as responsabilidades daqueles que, no dia a dia, em sectores do mundo político, cinegético e agrícola, alimentam de forma irresponsável e instrumental sentimentos de medo e justificam ou instigar o uso do rifle como única solução.Temos de reagir a tudo isto e lançamos um apelo a todos os amantes da natureza e da coexistência entre as atividades humanas e a vida selvagem para que se reúnam já na próxima semana no Parque Nacional de Abruzzo, Lácio e Molise para reiterar a necessidade de proteger o nosso extraordinário património de biodiversidade".
“A Itália, como nos dizem as muitas pesquisas, demonstrações e também as comunicações que recebemos todos os dias, é um país cheio de pessoas que acreditam na importância e na beleza da natureza”, continua o WWF.“É necessária uma acção forte para relançar a mensagem de protecção do nosso território e dos seus habitantes, humanos ou não, cujos destinos estão inextricavelmente ligados, como já foi amplamente demonstrado”, conclui a associação Panda, “e esta é uma responsabilidade específica e não apenas das associações ambientalistas, mas antes de tudo do Estado, em todos os seus aspectos”.