«Os Estados que não respeitam os acordos climáticos devem pagar os danos».Porque a resolução aprovada na ONU tem valor histórico

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https://www.open.online/2023/03/29/onu-risoluzione-responsabilita-legale-governi-cambiamento-climatico

A Assembleia Geral mandatou o Tribunal Internacional de Justiça para determinar se o incumprimento dos acordos climáticos pode ser considerado uma violação do direito internacional

Deverão os países assumir a responsabilidade legal pelo quanto poluem?Segundo a ONU, sim.Isto, aliás, é o que o Tribunal Internacional de Justiça será convidado a estabelecer depois do histórico resolução aprovado hoje pela Assembleia Geral das Nações Unidas.O Tribunal terá de facto de verificar se o incumprimento dos acordos climáticos poderá ter consequências jurídicas.Se a resposta for sim, serão definidas as consequências para os países que não cumprirem os seus compromissos.Mesmo que estes não fossem vinculativos, como no caso dos Acordos de Paris de 2015.Entre os 120 signatários que apoiaram a resolução aprovada está também a Itália.Notavelmente ausentes estão os Estados Unidos, onde a perfuração começou hoje no Alasca como parte do altamente contestado Projeto Willow.O documento, que é aprovado uma semana após a publicação do resumo do novo Relatório IPCC.foi levado ao conhecimento da Assembleia por Vanuatu, uma pequena nação insular no Oceano Pacífico que, apesar de ter dado um contributo ínfimo para o aquecimento global e de já ter alcançado a neutralidade carbónica, se prepara para ser um dos territórios mais afectados pela mudanças climáticas.Acima de tudo pela sua baixíssima altitude que expõe os cerca de 300 mil habitantes à subida do nível do mar.

Os governos nacionais seguirão o exemplo?

“Hoje assistimos a uma vitória de proporções históricas para a justiça climática”, declarou o primeiro-ministro de Vanuatu, Ishmael Kalsakau, que chamou a resolução de “o início de uma nova era na colaboração climática plurilateral”.“Não temos culpa, mas temos de lidar com ciclones devastadores, inundações, perda de biodiversidade e aumento do nível do mar”, repetiu Cynthia Houniuhi, presidente da associação de estudantes do Pacífico contra as alterações climáticas, citada por Guardião.Agora o Tribunal terá de trabalhar no quadro jurídico da responsabilidade climática.A esperança das Nações Unidas é que isto possa então influenciar as decisões dos governos mundiais, mesmo que o direito internacional continue a não ser vinculativo.Desta forma, o objectivo é colmatar a lacuna entre as promessas feitas pelos países mais ricos e as acções efectivamente empreendidas.

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