https://www.open.online/2024/04/23/ecodesign-diritto-riparazione-stretta-parlamento-ue-fast-fashion
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De Estrasburgo – Por um lado, novas regras para tornar os produtos mais sustentáveis desde a fase de concepção.Por outro lado, garantir aos cidadãos um verdadeiro “direito à reparação”.O Parlamento Europeu deu hoje luz verde a duas medidas em nome da sustentabilidade.O primeiro é o regulamento sobre ecodesign, cuja relatora é a italiana Alessandra Moretti, eurodeputada do Partido Democrata.A disposição atualiza uma diretiva anterior de 2009 e tem o objetivo declarado de tornar alguns produtos mais duráveis, fiáveis, reparáveis e recicláveis.A inovação mais significativa diz respeito à introdução de um “passaporte digital” de produtos, que fornecerá informações sobre a sustentabilidade ambiental e a sua origem.Uma ferramenta adicional à disposição dos consumidores para fazerem escolhas informadas, mas também um incentivo para as empresas trabalharem com cada vez maior transparência e fiabilidade.A outra medida com temática de sustentabilidade aprovada hoje pela Câmara Europeia é a directiva sobre o direito à reparação, que obriga os vendedores a dar prioridade à reparação de produtos defeituosos quando for mais conveniente do que a substituição total.
O aperto em moda rápida
O sector mais afectado pelo novo regulamento sobre ecodesign é, sem dúvida, o da moda rápida, ou seja, aquelas empresas de moda que colocam um produto no mercado num espaço de tempo muito curto e a preços muitas vezes reduzidos.Uma prática que, como revelam inúmeras investigações, muitas vezes esconde uma cadeia de abastecimento constituída pela exploração dos trabalhadores e por práticas altamente poluentes.O regulamento hoje aprovado pela Câmara Europeia não diz respeito a veículos automóveis, já regulados por outras disposições europeias, mas também a produtos que tenham impacto na defesa ou na segurança nacional.O regulamento introduz também uma proibição directa da destruição de produtos têxteis não vendidos, prática hoje utilizada sobretudo pelos gigantes do moda rápida.As pequenas e microempresas estão isentas desta proibição, enquanto as médias empresas beneficiarão de um período de carência de seis anos.Para os gigantes do setor, a proibição entrará em vigor dois anos após a entrada em vigor do regulamento.
Consumo em massa e direito à reparação
A outra medida aprovada hoje em Estrasburgo diz respeito à directiva que visa tornar as reparações mais acessíveis aos consumidores, mesmo depois de expirada a garantia legal.Existe a obrigação de os fabricantes repararem eletrodomésticos, como máquinas de lavar, aspiradores de pó e smartphones, permitindo aos consumidores pedir emprestado outro dispositivo enquanto o seu próprio está a ser reparado.Para facilitar o processo de reparação, será criada uma plataforma online europeia com secções nacionais.Através destas plataformas, os consumidores de todos os países da UE poderão encontrar oficinas de reparação locais, vendedores de produtos recondicionados, compradores de artigos defeituosos ou iniciativas de reparação lideradas por comunidades locais.René Repasi, eurodeputado alemão e relator da medida, explica o objetivo da diretiva:«No futuro será mais fácil e barato mandar reparar produtos em vez de comprar produtos novos e caros».A directiva sobre o direito à reparação necessita agora da luz verde final do Conselho.Nessa altura, os Estados-membros terão dois anos para a transpor.
Na capa:A sala do Parlamento Europeu em Estrasburgo (EPA/Ronald Wittek)