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Na sessão final do TEDSummit 2019, os temas da semana — a nossa procura de pertença e comunidade, o nosso futuro digital, a nossa ligação inextricável com o ambiente — ressoam com clareza e perspicácia.Desde as formas misteriosas como as nossas emoções impactam os nossos corações biológicos, até uma palestra exaustiva sobre as línguas que todos falamos, é um encerramento adequado para uma semana de revelações, risos, lágrimas e admiração.
O evento: TED Summit 2019, Sessão 6:Nem tudo está quebrado, apresentado por Chris Anderson e Bruno Giussani
Quando e onde: Quinta-feira, 25 de julho de 2019, 9h BST, no Centro de Convenções de Edimburgo, em Edimburgo, Escócia
Palestrantes: Johann Hari, Sandeep Jauhar, Anna Piperal, Eli Pariser, Poeta Ali
Interlúdio: Mackenzie Dalrymple compartilhando a história de um tio e sobrinho competindo para se tornar o Senhor das Ilhas
Música: Djazia Satour, misturando Chaabi dos anos 1950 (um gênero de música folclórica norte-africana) com grooves modernos
As conversas em breve:
Johann Hari, jornalista
Grande ideia: A narrativa cultural e as definições de depressão e ansiedade precisam mudar.
Por que? Precisamos falar menos sobre desequilíbrios químicos e mais sobre desequilíbrios na forma como vivemos.Johann Hari reuniu-se com especialistas de todo o mundo, resumindo a sua investigação numa tese surpreendentemente simples:todos os humanos têm necessidades físicas (comida, abrigo, água), bem como necessidades psicológicas (sentir que pertencem, que a sua vida tem significado e propósito).Embora os medicamentos antidepressivos funcionem para alguns, a biologia não é tudo e qualquer tratamento deve ser acompanhado de uma abordagem social.Nossa melhor aposta é ouvir os sinais do nosso corpo, em vez de descartá-los como sinais de fraqueza ou loucura.Se reservarmos algum tempo para investigar os nossos sinais de alerta de depressão e ansiedade – e reavaliarmos a forma como construímos significado e propósito, especialmente através de ligações sociais – podemos começar a curar numa sociedade considerada a mais solitária da história da humanidade.
Citação da palestra: “Se você está deprimido, se está ansioso – você não é fraco.Você não é louco.Você não é uma máquina com peças quebradas.Você é um ser humano com necessidades não atendidas.”
Sandeep Jauhar, cardiologista
Grande ideia: O estresse emocional pode ser uma questão de vida ou morte.Vamos levar isso em consideração em como cuidamos de nossos corações.
Como? “O coração pode não originar os nossos sentimentos, mas responde muito bem a eles”, diz Sandeep Jauhar.Em sua prática como cardiologista, ele viu amplas evidências disso:tristeza e medo podem causar lesões cardíacas profundas.Descobriu-se que a “cardiomiopatia de Takotsubo”, ou síndrome do coração partido, ocorre quando o coração enfraquece após a morte de um ente querido ou o estresse de um desastre natural em grande escala.Não apresenta nenhum dos outros sintomas habituais de doença cardíaca e pode resolver em apenas algumas semanas.Mas também pode ser fatal.Em resposta, Jauhar diz que precisamos de um novo paradigma de cuidados, que considere o coração como mais do que “uma máquina que pode ser manipulada e controlada” – e reconheça que o stress emocional é tão importante como o colesterol.
Citação da palestra: “Mesmo que as emoções não estejam contidas em nossos corações, o coração emocional se sobrepõe à sua contraparte biológica de maneiras surpreendentes e misteriosas.”
Ana Piperal, especialista em governança eletrônica
Grande ideia: A burocracia pode ser erradicada através da digitalização, mas precisaremos de construir compromisso e confiança.
Como? A Estónia é uma das sociedades mais digitais do planeta.Depois de conquistar a independência há 30 anos, e posteriormente de se construir a partir do zero, o país decidiu não só digitalizar a burocracia existente, mas também criar um sistema inteiramente novo.Agora os cidadãos podem realizar tudo online, desde gerir uma empresa até votar e gerir os seus registos de saúde, e só precisam de comparecer pessoalmente para, literalmente, três coisas:reclamar o seu bilhete de identidade, casar-se ou divorciar-se ou vender uma propriedade.Anna Piperal explica como, usando uma forma de tecnologia blockchain, e-Estônia constrói confiança através do princípio “uma única vez”, através do qual o Estado não pode pedir informações mais de uma vez nem armazená-las em mais de um local.O país está a trabalhar para redefinir a burocracia, tornando-a mais eficiente, garantindo aos cidadãos a propriedade total dos seus dados — e servindo de modelo para o resto do mundo fazer o mesmo.
Citação da palestra: “Na maioria dos países, as pessoas não confiam nos seus governos, e os governos não retribuem a confiança neles.Todos os complicados procedimentos formais baseados em papel deveriam resolver esse problema.Exceto que eles não o fazem.Eles apenas tornam a vida mais complicada.”
Eli Pariser, CEO da Upworthy
Grande ideia:Pudermos encontrar maneiras de tornar nossos espaços online civis e seguros, assim como nossas melhores cidades.
Como? A mídia social é um lugar caótico e às vezes perigoso.Com os seus trolls, criminosos e espaços segregados, é muito parecido com a cidade de Nova Iorque dos anos 70.Mas, tal como a cidade de Nova Iorque, é também um espaço vibrante onde as pessoas podem inovar e encontrar novas ideias.Então Eli Pariser pergunta: E se concebermos as redes sociais como concebemos cidades, seguindo sugestões de cientistas sociais e urbanistas como Jane Jacobs?Construídas em torno de comunidades empoderadas, interações individuais e censura pública para aqueles que agem, as plataformas poderiam encorajar a confiança e o discurso, desencorajar o comportamento anti-social e diminuir a sensação de caos que leva alguns a abraçar o autoritarismo.
Citação da palestra: “Se os espaços digitais online vão ser a nossa nova casa, vamos torná-los um lugar confortável e bonito para viver – um lugar do qual todos nos sentimos não apenas incluídos, mas do qual, na verdade, temos alguma propriedade.Um lugar onde nos conhecemos.Um lugar que você realmente gostaria não apenas de visitar, mas de trazer seus filhos.”
Poeta Ali, arquiteto da conexão humana
Grande ideia:Você fala muito mais idiomas do que imagina, e cada idioma representa uma porta de entrada para a compreensão de diferentes sociedades, culturas e experiências.
Como?Quer seja a língua reconhecida do seu país ou profissão, ou as normas sociais da sua comunidade, cada “língua” que você fala é mais do que um léxico de palavras:também engloba sentimentos como o riso, a solidariedade e até a sensação de ter sido excluído.Estas últimas línguas são universais, e quanto mais abraçamos os seus pontos em comum – e reconhecemos a nossa fluência nelas – mais podemos ter empatia com os nossos semelhantes, independentemente das nossas diferenças.
Citação da palestra:“Cada idioma que aprendemos é um portal pelo qual podemos acessar outro idioma.Quanto mais você sabe, mais você pode falar.… É por isso que as línguas são tão importantes, porque nos dão acesso a novos mundos.”